10.5.03

E meu segundo livro...

Hoje cortei a parte do hotel. Eu vou mudar completamente o approach. Vai ficar mais dinâmico. Não quero partes chatas no meu livro.
Na verdade, fiz todo um arquivo novo, tipo uma seleção natural. O problema é que o molho do livro, a Maria Luiza, não entra imediatamente. Resolvi, então, encurtar a parte pré-ML. Quando ela entra no livro, se você ler a primeira página, já está enredado. E tem que ler até o final.
É uma maldade muito bem arquitetada. Maldade...
Esse livro ficou bem mais "filosófico"... não poderia escrevê-lo, de jeito nenhum, antes da faculdade... por vários motivos.
Quando eu publicá-lo, meu pai e minha mãe vão parar de dizer aos amiguinhos que a filhinha escreveu um livrinho. Na verdade, eles vão começar a esconder. O "No Shopping" já é bem pesado, mas dá pra disfarçar. As pessoas cegas podem não enxergar que os personagens se tratam como mercadorias ("O pior cego é aquele que não quer ver".). Mas nesse, o livro cheira a maldade. Não vai rolar suavidade.
Na verdade, estou com um pouco de medo. Mas vamos fazer de conta que não. Foda-se o medo. O medo tem que ser expulso, como ele tenta fazer com a gente. "El miedo vai comer su cabeza...". Buuu! Xôôô!
Temo que vire, por uns tempos, o que João Ubaldo Ribeiro virou quando escreveu "A casa dos budas ditosos". As pessoas entendem tudo errado... não entendem liberdade criativa... não entendem que eu possa escrever um livro mau sem ser má, apenas porque vê claramente o que é a maldade, apenas porque aquilo precisa ser dito e ninguém diz... coitado do Nabokov.