13.4.05

Mamma, son tanto felice (ainda sobre a minha vergonha)

Lembrei agora do Ruffato me dizendo pra não me render à mídia, e já na hora desconfiei de quem ele estava implicitamente falando, mas não disse nada. Nisso minha mãe se aproximou e:
- Isso mesmo, não se render à mídia... Depois, entrar para a Academia Brasileira de Letras e...
Eu e Ruffato nos contraímos as caras em uníssono. Ah, sim, sob o mesmo teto do homem que adora pôr letras expulsas do alfabeto nos títulos. Mas só eu sabia da obsessão de ambos os meus pais em me enterrar num Emprego Público, portanto o nãão indignado foi só de mim que saiu. Como se eu fosse incompetente a ponto de querer entrar num lugar de onde, teoricamente, não posso ser despedida. ("Você comeria numa lanchonete onde os funcionários não pudessem ser despedidos?").
Eu sei que no ramo privado eles costumam puxar periodicamente a descarga, mandando embora igualmente o cara bom e o relapso. Mas o cara bom, se for bom mesmo, arranja emprego de novo mais rápido. É aí que reside minha confiança (e minha vontade de aprender o máximo que puder, virando a fantástica one-woman-publishing-house: seleciona originais, escreve, traduz, revisa, faz capa e diagrama).