29.5.05

educação

É inevitável. Uma das coisas que eu sei que vou enfrentar se tiver um filho é a teimosia. E também sei (ou quero) que o moleque(a) vai ser inteligente. Então fico elaborando respostas para as questões inevitáveis. Quando ele ficar perguntando por quê tudo (tenho que estudar, tomar banho, parar de tirar meleca, etc.), por exemplo. Pensei em responder não o batido porque sim, nem mesmo o porque estou mandando. Bem, talvez eu faça isso das primeiras vezes, enquanto o por quê perguntado é mais de birra, mas dos sete anos pra cima, quando o por quê se torna um real questionamento social (ou melhor dizendo, socialismo em minha até-então-confortável ditadura), é saudável aplicar uma dose de controle interno no fedelho. Ou seja:

Não tem porquê, na verdade. A verdade é que você tem que escolher entre fazer isso e uma boa probabilidade de ser rejeitado socialmente por não fazê-lo. Por exemplo, aquela(e) garota(o) que você gosta não vai querer saber de você se você fede e não se arruma. Se assim estiver bom pra você, fine. Pode ficar cinco dias sem tomar banho nem pentear cabelo à vontade. (Só tenta não passar muito perto da mamãe que ela pode surtar e te enfiar numa tina.) Você também pode adiar a escolha para depois ou aceitá-la com relutância, que é o que 99% das pessoas faz com o trabalho assalariado. Outro fator importante é que o que você faz agora afeta o seu futuro, quer dizer: encher a cara de Fandangos em frente à TV o dia todo pode parecer uma boa idéia agora, mas o resultado é que durante a adolescência você provavelmente vai ser gordo e espinhudo, e isso pode afastar o sexo oposto (ou o mesmo, mamãe não se importa) - o que, na época, pode ter certeza, vai parecer a pior das tragédias.

E, canalhamente, acrescentar: a decisão é sua... Terrorismo funciona. Tânia Zagury, me aguarde.