21.11.05

É impressionante como quando estou andando no Centro com meu ipod, os manic-street-preachers das financeiras (que para piorar só vestem cores cítricas da Pantone, valha-me Deus, pelo menos os preachers de verdade vestem preto; mas cítricas são as cores do time, quer dizer, da empresa) não chegam nem perto. Agora, quando estou sem os fonezinhos brancos, eles só faltam me segurar pelo pulso como as ciganas. Vê, para os preachers eu digo não, obrigada; para os chatos cítricos eu sequer me digno a olhar. Dou-lhes a volta como o Peter em Office Space.
As financeiras só selecionam gente pobre com vontade de vencer. Todos eles têm um brilho nos olhos; é como se estivessem em Malhação ou Barrados no Baile. Andam em bandos, às vezes, os dois caras do grupo fazendo gracinhas para as meninas, que riem ou tentam responder à altura. Daí um deles se destaca inesperadamente, aproveitando os dentes já de fora, para abordar a primeira aposentada incauta. É assustador.
Devo estar mudando, pois antigamente faria planos de parar e ouvir a ladainha deles uma vez só por curiosidade e, com grandes olhos inocentes, deixaria abundantemente claro que minha vida está completa e que todos os meus sonhos caros estão por ora realizados. Mas não.