7.1.06

agora que tenho a sua atenção

Eu preciso admitir que tenho nojo da primeira coisa óbvia que dirão do meu livro novo: que ele é ingênuo. Evidente que vão associar isso à minha idade.
A receita perfeita para a frustração é quando você sabe que algo será de certa maneira, põe até a profecia por escrito, sabendo que não adiantará nada, e realmente não adianta nada.
E se eu sei disso, poderia mudar o livro para que ele ficasse adulto. Ou simplesmente não publicá-lo.
Mas pra quê me proteger? Pra quê ter medo de críticas, se quero que meu livro seja ingênuo? Estou cansada de livros maduros.
É isso: não tenho vergonha porque isso é o que eu quero: uma fábula. Se fábulas são consideradas coisa de criança, so be it.
O primeiro agradou a todo mundo. Do ponto-de-vista marqueteiro, foi uma peça perfeita, com a qualidade extra de ter sido concebida espontaneamente. O segundo, sabidamente, não vai agradar a todos. Mas a quem agradar, agradará muito.