1.9.06

o jogo do espelho

Essa geração nova está trocando o Brasil pelo Japão.
Dou o maior apoio.
Meu primo está vendo cotações de passagens aéreas para o Japão, enquanto minha meia-irmã, que por sinal adorou o Japonês em quadrinhos que ganhou de aniversário (adivinhe de quem?), desafia os pais e responsáveis com "vou fazer faculdade no Japão".
Gostamos de internet; isso nos faz entrar no fuso horário japonês (a ligação telefônica é mais barata após a meia-noite). No carnaval, vi trezentas menininhas de cabelos coloridos com anilina, a maioria de vermelhão ou rosa-pink. Tatuagem de kanji já é moda há algum tempo, mas a diferença é que agora você pode perguntar aos amigos o que o símbolo realmente significa antes de se tatuar. Repare: o para para é o anti-funk. Funk se dança com a bunda, para para com angulosos movimentos braçais.
Aqui se escuta desde pequeno que o Japão fica do outro lado do mundo. Acho que é de um romantismo quase político abraçar assim a cultura justamente do povo oposto ao seu. É a crítica mais ácida que já vi ao modo de vida brasileiro.
Essa geração não fugiu de casa; viraram straight edges numa casa de pais hippies...