13.3.07

Um cara horroroso e meio careca, de seus 30 anos, segue uma menina de 14 anos que sai da igreja e diz que quer namorar com ela.
- Mas eu tenho 14 anos.
- Não faz mal, eu gosto de menina nova.
- Mas eu não gosto de homem mais velho.
- Mas eu gosto de menina nova, dá licença? (pausa) Eu sou trabalhador. Trouxe aqui o certificado de conclusão do curso de garçom pra te mostrar...

Este diálogo surreal, porém real, é apenas uma das muitas histórias constrangedoras que tenho colecionado desde que tenho 12 anos. Mas tenho que dizer que a quantidade de constrangimento concentrada no vagão das mulheres do metrô é muito maior.
Eu achei completamente desnecessário e não queria andar nele. Até o dia em que li no jornal a seguinte opinião de um trabalhador sobre o vagão feminino:
- Acho ótimo! Assim, a mulher que não quer ser molestada pode ir para lá, e a mulher que quer ser molestada fica nos outros vagões.
Desnecessário dizer que passei a usar o vagão das mulheres no horário do rush. Só que percebi que, se no início eram poucos os infratores, agora tem muito homem que entra no vagão feminino expressamente para "apreciar a vista". Ou seja, voyeurs do inferno que preferem mais mulheres por metro quadrado - não importando que estas tenham tido o trabalho de mudar de vagão exatamente para evitar esse tipo de secada. E ficam cutucando o meio das calças "mui discretamente" enquanto decidem qual fêmea merecerá suas atenções, gênero sultão em harém, ou secando (sentados) quase com a língua de fora os glúteos das mocinhas (de pé). Em suma, uns cavalheiros.
Eis o problema: como a tal lei não prevê punição, o que mais se vê são ávidas caras de tarados se dirigindo para a faixa cor-de-rosa que reserva a área do vagão feminino. E se você delicadamente os adverte, eles respondem: sim, e daí? Vai fazer o quê?
Isso me faz querer voltar a pegar um dos outros vagões, mas, francamente, não sei se vai dar certo. É impossível dizer não a esses indivíduos! Quem sabe confeccionar um cartaz de mulher-sanduíche (não há nisso qualquer sugestão sexual, vamos deixar bem claro) dizendo: eu estou no vagão misto e não quero ser bolinada; e para quando quisesse andar no vagão feminino, quem pisar no vagão é mulherzinha.

PS: Sério, estou muito cansada de tentar pôr ordem na casa. Parece que estou tentando o tempo todo ser all self-righteous e tenho prazer nisso? Não tenho, não. Estou com muita vontade de me evadir para um lugar onde as coisas simplesmente funcionem. E juro que não vou abraçar causas ainda mais xiitas como o vegetarianismo ativista quando e se chegar lá. Lá, reclamarei das mesmas coisas daqui (corrupção, machismo, burrice), caso apareçam, nestes termos: não comecem com isso, senão vão ficar igual ao Brasil! Ó que feio!