3.6.07

final de temporada

Tive que ir a São Paulo esses dias - que meus amigos não-contactados me perdoem, foi meio que a trabalho e, ao mesmo tempo, funcionei de cicerone para minha mãe, que financiou a joyride, e tive uns estresses operacionais como contarei mais abaixo. Mas fiz o que pude: consegui ver o Santiago Nazarian, na aba dele conheci umas pessoas interessantes e, assim, quebrei a maldição de não conseguir ir à balada que me persegue desde os dezessete anos...
Fiz o contato profissional que precisava, dificultado pela operadora "Morto-Vivo" que insiste em bloquear meu StarTac só porque ele é idoso e "necessita de atualizações técnicas". Tive que passar pelo ordálio de falar com o telemarketing. A primeira ligação caiu, a segunda operadora me passou abruptamente para a terceira, com a qual tive um diálogo que logo descambou para o bate-boca.
- A primeira operadora desligou na minha cara e a segunda me passou sem avisar para você. A Morto-Vivo está com algum problema...
- É uma ameaça, senhora?
- Ameaça? (?????)
- A senhora acabou de dizer que vai criar problemas para a Morto-Vivo. Quero lhe prevenir que esta ligação está sendo gravada e que a senhora pode ser processada por isso.
- Não. O que eu disse foi que a Morto-Vivo está com algum problema... de comunicação com o cliente. Tanto é assim que você está me fazendo acusações sem cabimento e tentando me intimidar.
- Não, senhora...
- Então, Débora, eu gostaria do número de protocolo desta ligação.
- (voz triunfante) Não existe número de protocolo, senhora, porque eu não abri uma requisição.
- Ah! Então você está tentando me destratar e me intimidar porque tem certeza que não vai ter conseqüências... está se aproveitando porque a impunidade está garantida.
- Não, nãozinho...
- Tudo bem, Débora. Então, Débora, nesse caso eu gostaria de falar com o seu chefe.
- (voz esganiçada) Ih, querida... tchau, amor, tchau. Tchau, tchau.
E desligou na minha cara. É engraçado como a reação àquele diálogo surreal só veio depois: comecei a tremer, com o coração palpitando. Tive que deitar, tomar água. E isso meia hora antes do tal contato profissional... delícia pura. Engraçado como mesmo "virando o jogo" da mulher, eu perdi - nada do meu celular funcionar, e quedê ânimo para ligar de novo? Comprei um cartão telefônico e apelei para os orelhões.

De resto, foram aqueles programas de turista que te deixam esgotada e com os pés em fogo querendo apenas e somente dormir até as onze horas do dia seguinte - mas não pode, tem que acordar às oito para ir ao museu não sei das quantas. Vi Clarice Lispector no Museu da Língua Portuguesa e as pessoas fatiadas na exposição do corpo humano. Fui ao Famiglia Mancini e vi de raspão o Jardim Botânico e o bairro da Liberdade. Minha mãe e eu ficamos em um hotelzinho simpático (embora com um gerente antipático e ligeiramente afetado de sotaque estranho). No domingo, atravessamos a praça bucólica em frente ao hotel, entramos num café e decidimos escancarar o paralelo Gilmore Girls com uma orgia alimentar fora de escala. Pedimos um combinado obscenamente completo que o lugar oferecia (15 peças, incluindo salada de frutas, chocolate quente, iogurte, suco de laranja, bolo, croissant), além de um waffle com calda de chocolate e um latte duplo. Tudo foi obliterado prontamente, para espanto (quase escândalo) dos circunstantes.