12.2.08

Da arte de escolher o bicho certo

Resolvi me render ao estereótipo de escritor e adquirir um gato, como eu já tinha adiantado. O gato em questão se chama Bill Diesel, por ser o primeiro gato patrocinado pela Petrobras, tem 2 meses e pouco e gosta de fazer high five's comigo (mas só comigo). Achei de início que ele fosse anti-social, mas era só a falta de costume com o ambiente. Uma vez instalado e alimentado, o bicho começou a brincar (e a fazer high five's) com uma alegria insaciável. Mas quando quero trabalhar, só preciso dar a ele, digamos, uma sanfona feita das tiras da conta de luz, que ele me deixa em paz por umas duas horas. Também tem gostado de ficar dormitando no meu colo enquanto eu escrevo ou traduzo, como uma mini-estola de peles.
Seria muito chato ter um gato por exemplo parado demais. Ou espoleta demais. Ou tímido demais, tipo adolescente que não sabe se comportar com as visitas. Bill nem se enfurna sob a estante, nem morde quem se aproxima, como certos gatos sensíveis e mimados demais; nem deixa abusarem *demais* dele, porque afinal é discípulo de Pai Mei. Faz um pouco de gracinha, depois some de cena e deixa os adultos conversarem. E é nitidamente parcial: prefere o colo e o carinho das menininhas, mais macios. JP, o Pai Mei supracitado, declarou laconicamente após a primeira visita ao Bill: estou orgulhoso do gato.
Acho que escolhi o gato certo. Olhei bem em várias pet shops e apontei: é esse. Porque gato meu tem padrão de qualidade. Que nem o filho-que-terei-um-dia: pode ser qualquer coisa, desde que seja gênio.