25.2.08

Encontrei um bom modo de explicar A feia noite:

"Francisco tem 37 anos. Apesar de ser marqueteiro político, fora de sua profissão é um homem extremamente correto e regrado num país onde o jeitinho impera. Mas tem a sensação de que a grande festa da existência está se desenrolando sem admiti-lo. Está tomando antidepressivos para estancar seus ataques de pânico e TOC, além de tentar salvar seu casamento. É ano eleitoral e estamos em janeiro, mês do alto verão imprensado entre as festas de fim de ano e o carnaval, onde todos saem de férias, inclusive o psiquiatra dele.
O livro abre com Francisco sendo abandonado pela esposa perua, Amanda, e entrando em parafuso. No dia seguinte, Francisco não se lembra de muita coisa. Há uma moça não em sua cama, mas na cama de solteiro do quarto das crianças (que sua mulher e ele mantinham mesmo sem filhos). Ela tem 21 anos incompletos e se chama Maria Luiza.
Sem saber o que aconteceu entre eles e sem coragem de mandá-la embora, Francisco lhe oferece asilo, sem saber nem as próprias intenções, quanto mais as dela. A partir daí o livro é dividido em noites, quinze ao todo. Logo Francisco descobre que Maria Luiza também exerce uma profissão desprezada pela sociedade: a de prostituta. Libertina, como ela prefere. Maria Luiza é exatamente o que Francisco sempre desejou em segredo: seu bilhete de ingresso para essa vida devassa e descompromissada -- mas por que ela estaria justamente deixando tudo isso?"

Há mais que isso, mas é uma parte que já começa a revelar demais.