22.2.09

RYKAH: Ibiza só para mim

800m2 de house music para mim, os garçons e os seguranças. Duas horas depois apontou a primeira patricinha. Dali a pouco, o lugar estava tomado de clones da primeira e de pitboys que enjoaram de axé. Vi uma menina que estudou comigo na 2a série. Ela parecia ter pelo menos 30 anos, talvez seja a maquiagem - sorry, acabei de fazer 26 e noto essas coisas. Vi outra patricinha virar o pé numa dobra do carpete e espalhar gelo pelo saguão inteiro. O primeiro socorro da noite, surpreendentemente, não foi por coma alcoólico.
O figurino patricesco e a música eletrônica não combinam. A roupa tem que ser: cabelo preso sem tocar no pescoço, short, blusa cavada atrás para respirar, Off nas pernas, tênis confortável. O exato oposto de tudo que as patricinhas usam.
Gostei dos DJs brasileiros que entraram antes da atração principal, mas Gui Boratto, motivo para eu estar lá, superou minhas melhores expectativas. Senti como se estivesse presenciando o primeiro show da bossa nova, ou a estreia de uma ópera de Wagner. Porque o som de Gui Boratto sabe ser intimista e também grandioso. Some kind of magic.
Talvez nem o Radiohead supere essa sensação -- bem, talvez se puxarem o som para a eletrônica --, e que bom, porque paguei o mesmo assalto pelos dois.
"Você é a única menina aqui que realmente sabe o que é eletrônica! A única!" me disse a bilheteira. Eu já sabia disso, mas agradeci a observação. Ela explicou que também era raver, mas estava trabalhando ali para saldar uma dívida. É a crise, a crise. Desejei-lhe boa sorte.