17.6.09

Agora que ando jogando jogos de fuga, acordar de certos sonhos ficou bem mais difícil.
Sonhei que estava numa casa desconhecida, onde acessei um vídeo na internet e depois adormeci no quarto ao lado.
O vídeo era um curta japonês maluco, de época, sobre uma filha de nobres decadentes que não queria se casar com o consorte, e foi, claro, uma seção separada do sonho. Lembro que, pelo computador do sonho, mandei o link desse curta-sonho para duas ou três pessoas (é óbvio que agora tenho que checar se elas receberam).
Mas depois que eu adormecia dentro do sonho, no quarto ao lado, eu sonhava que estava numa praia onde pessoas do meu passado que não tinham nada a ver comigo jogavam voleibol. Era um sonho com outro clima, completamente diferente, de amplitude e frescor. Inclusive, quando a brisa marítima me atingiu no rosto, senti um desejo incontornável de entrar na água de roupa - e foi o que eu fiz. Bastou eu entrar, porém, para acontecer o que sempre acontece quando estou na praia em sonhos: o mar começar a engolir a praia e, depois, até a terra. Mas já aprendi a flutuar nessas condições, então simplesmente aproveitei. Quando o mar voltou à calmaria (desistindo, talvez, de me afogar), eu percebi que o sonho tinha acabado e que era hora de sair dali. Me deitei na pele da água e fechei os olhos. Quando abri de novo, estava de volta à cama. Mas não à minha cama. Eu estava de volta ao sonho anterior, tal e qual.
- Funcionou - observei - mas ai. Ainda falta acordar no quarto certo.
Minha mãe interviu, dobrando umas fronhas:
- Essa não é sua casa. Procure a saída.
Então o sonho assumiu uma interface meio Myst. Depois de procurar pelo quarto, desisti e abri a porta. Havia um banheiro em frente e, ao lado, o quarto do computador, com a porta entreaberta. Foi o que eu escolhi.
Nesse quarto, o que logo me chamou a atenção foi o espelho. Como sempre nos meus sonhos, olhar no espelho mais que três segundos exibia uma imagem ligeiramente distorcida, pendendo para o monstruoso. Mas ainda assim, me pareceu uma possível saída.
Como cada sonho tem regras diferentes, decidi testar minhas suspeitas: avancei a mão e toquei no espelho. Sim, ele era uma membrana permeável, e dava para o lado real. Minha mão tinha acordado quando ultrapassei o espelho com ela. Então tomei distância, a maior possível no pequeno quarto, e pulei contra o espelho. Fiquei entalada na metade, então resolvi fechar os olhos e esperar. Só aí eu acordei no meu verdadeiro quarto.