11.6.10

O Mestre e Margarida

O Mestre e Margarita é um dos meus livros preferidos. Li uma edição velhusca, traduzida do inglês, mas sei que agora saiu uma nova da Alfaguara. Está na moda, portanto.
Ontem era um dos únicos três dias que a peça, da CAL, seria exibida - só para convidados - e eu fui, mesmo com medo.
Quando minha amiga avisou:
- Você vai me matar. Tem mais de 2 horas e meia a peça.
Eu já fiquei empolgada.
Achei que no mínimo iam cortar a história do Pilatos com Jesus, ou o número de incidentes pós-chegada de Woland a Moscou. Nada. Colocaram tudo. Precisa, né.
Três horas e meia de peça. No final, me senti a própria Margarida - dizendo, não, não, tudo bem ter demorado, valeu a pena.
Em boa parte funcionou muito bem. Teve soluções cenográficas criativas - como o chão de ladrilhos pretos e brancos também usado como tabuleiro de xadrez. Ou o interrogatório de Jesus por Pilatos com sombras. Aprovei também as referências atuais (grana na cueca, Faustão = Fausto grande, 11 de setembro). Figurino exemplar, especialmente do gato da trupe do Woland e do Ivan. E o teletransporte para Ialta? A transformação da Margarita! A destruição do apartamento do crítico!
Trouxe o programa para casa. De um lado, é uma nota de dólar.
Achei que a Margarita podia ser mais alegre, especialmente no baile, e não curti a saída dela de vassoura. Certas cenas imploravam por edição. Mas deu surpreendentemente certo. Eu veria de novo uma montagem aberta e incrementada.